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Terapia Familiar no Divórcio, o que é?

O divórcio, a separação e o conflito acarretam uma importante alteração familiar, que deve ser entendida e trabalhada para o bem-estar de todos os envolvidos (adultos e crianças). Está comprovado que o divórcio/ separação é um dos três acontecimentos mais stressantes na vida familiar (logo após a morte de um filho ou cônjuge). Assim, esta fase é, decididamente, sentida como sendo um processo muito complexo e profundamente doloroso a nível psicológico, emocional, familiar, social e económico.


As mudanças impostas por este acontecimento não normativo, comporta, por vezes, uma crise identitária, perda de auto-estima, perde de suporte emocional, perda de visão de futuro, perdas... e podem ser sentidas tantos pelos adultos como pelas crianças!

Durante esta fase de grandes transformações pessoais e familiares, os adultos (ex-casal) vêm-se envolvidos em várias tomadas de decisão críticas, como o processo de divórcio (no caso de casamento), partilhas e Regulação do Exercício das Responsabilidades Parentais dos filhos comuns.

Todas estas decisões tão importantes, são muitas vezes executadas enquanto a dor e o sofrimento pela separação ainda está muito ativada, pelo que nem sempre estes processos paralelos decorrem de uma forma saudável para todos.


Nestes contextos, as crianças acabam por se tornar, algumas vezes, instrumentalizadas pelos pais (inconscientemente), em dinâmicas disfuncionais e destrutivas. Por vezes, as crianças/ jovens na ânsia de proteger os pais, não falam das suas preocupações e emoções, guardando para si a confusão e até culpa, que por vezes sentem.


Assim, na Terapia Familiar no Divórcio, o objetivo é dar tempo e um espaço neutro para que os pais possam parar e pensar nos filhos e na forma como decorreu ou decorre esta alteração na vida de toda a família. É importante que, ao longo deste processo, estes possam ser capazes de preservar a imagem positiva do outro perante os filhos, e que sejam os adultos a transmitir tranquilidade em vez de ansiedade.

Isto significa que os pais têm que se mostrar sempre felizes e contentes? Não! Até porque é importante para que as crianças percebam que os pais também ficam tristes e choram, e que é normal eles mesmos ficarem tristes e terem sentimentos diferentes, podendo, nesse sentido, sentir-se mais libertos para também poder fazê-lo. No entanto, o descontrolo total das emoções já não deverá ser manifestado às crianças, pois irá aumentar a necessidade que estes possam ter de proteger os pais e não os preocupar (e aqui perde-se muita informação que as criança podem transmitir do seu dia-a-dia, que possa esclarecer da boa gestão emocional e adequação a esta fase).


Neste sentido, cada família irá vivenciar uma reorganização familiar que será única e incomparável com a de outra família. Mas sabe-se que a partilha de experiência e o apoio da rede de amigos e familiares, são elementos cruciais para a normalização possível desta alteração familiar. Importa relembrar ainda que, quanto melhor os adultos gerirem esta fase (apesar da tristeza, solidão e luto), melhor os filhos se irão adaptar a uma nova realidade, que não tem de ser necessariamente menos feliz! Pelo contrário, pais mais felizes, fazem filhos mais felizes!


Procure o seu porto seguro!



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