Com o nascimento do primeiro filho nasce um pai/mãe! Nas famílias adotivas, em que a esterilidade levou à decisão da adoção ou a vontade de ter mais filhos ou dar um lar a quem não tem (entre outros motivos), a parentalidade inicia-se com a chegada do bebé, criança ou adolescente. Na maioria das vezes, o tempo decorrido no processo de adoção pode ser comparado aos estímulos e descobertas realizados na viagem de 9 meses de gestação.
Na maioria das situações, após um percurso de anseios, de luta e algum desespero, tem sido notado um grande sofrimento físico e psicológico associado ao desejo de ser pai e mãe. Nem sempre o conseguimos ser, biologicamente. Será importante e necessário que o casal possa fazer o luto do filho biológico e de todas as tentativas que não trouxeram boas novas.
Ser pai e mãe, quando se deseja, é possível! Ser uma família adotiva, ter um filho que "nasce" de um amor profundo, de um desejo conjunto do casal para a parentalidade, de uma construção de família mais completa... Ser pai/ mãe e filho do coração é igualmente prazeiroso, é igualmente forte e é igualmente desafiante.
Estes pais têm os mesmos desafios que qualquer outra família nuclear "tradicional", podendo, inclusive, ter desafios acrescidos correspondentes à transição de cada etapa do ciclo vital da família (por exemplo: sentimento de avaliação extra-familiar; filiação psicológica; estabelecimento da vinculação; revelação da adoção; curiosidade dos filhos sobre as suas origens biológicas; etc.).
Por isso, Palácios (1998) refere que as famílias adotivas são simultaneamente diferentes e semelhantes às demais.Se os pais conseguirem transformar os seus medos e dúvidas, os filhos irão sentir o seu verdadeiro amor, proteção e segurança, promovendo a confiança necessária ao seu saudável desenvolvimento psico-afetivo.
Nas famílias adotivas, como em todas as famílias, pode ser importante fortalecer os laços, assegurar-se que está no caminho certo, sendo a Terapia Familiar um espaço possível para esse crescimento!
Procure o seu porto seguro!
